13 novembro 2008

TO FICANDO ATOLADINHA


Tom Zé costuma louvar o refrão funk "Tô ficando atoladinha, tô ficando atoladinha, tô ficando atoladinha..." como genial. Nota que ele é microtonal (as notas vão subindo em intervalos menores que um tom), meta-refrão (pois trata da própria arte de fazer refrão na música popular ao longo da história) e pluri-semiótico (pois nos chega por outros sentidos além da audição).
Segue a letra da nova canção do baiano, na qual ele entra de cabeça na atmosfera sexual que transpira dos pancadões:

MICROTONAL
META-REFRÃO
PLURI-SEMIÓTICO

MICROTONAL

Escutem, manos e minas:
pois como é natural
em todo o prazer carnal
quando a gruta da gatinha
umedece molhadinha,
ela só chega no bom
subindo quartos de tom.
Pois o soluço carnal
que vem nos quartos de tom
é coisa microtonal.

Ó mina, chega de prosa
ó mano, relaxa e goza.
E como diz por aí
aquela tal Suplicy:
ó mina, chega de prosa,
ó mano, relaxa e goza.

META-REFRÃO

O referido "Atoladinha"
é bossa-nova-batidão
pois é um meta-refrão
que bota os outros no chão.

PLURI-SEMIÓTICO

Sendo pluri-semiótico
não deixa o mano neurótico
e como bom filho do pato
informa bem ao ouvido
e reverbera no tato.
A mina fica no tópico
erótico-utópico.

Ó mina, chega de prosa,
ó mano, relaxa e goza.
E como diz por aí
aquela tal Suplicy
ó mina, chega de prosa,
ó mano, relaxa e goza.

Nenhum comentário: